quarta-feira, 29 de maio de 2013

O que não se quer...

Mais uma vez o sentimento de angústia e raiva, se misturavam em seu peito e ela nem sabia mais sobre os seus sentimentos com relação a ele, coisas que antes eram muito bem esclarecidas. Na tentativa de lavar a alma, entrou debaixo do chuveiro de uma vez, na água fria, com a tentativa, também, de cair na real, voltar pra realidade, voltar a fixar os pés chão, para com a idealização. As lágrimas, (ah, as lágrimas) como já eram de costume, estavam lá, mais uma vez, escorrendo em seu rosto e não havia ninguém para seca-las e nem ouvir o choro silencioso. Ficou com vontade de ficar ali, trancada no banheiro, ouvindo nada e nem ninguém, ouvindo apenas o barulho da água do chuveiro que caia e escorria em seu rosto se misturando com as lágrimas. Queria ficar trancafiada. Será que era ela que estava errado, mais uma vez? Ou estava exigindo do outro uma coisa que ela não era? A única coisa que ela pensou foi que talvez estivesse errando tanto que nem sabia mais o que era certo. Em seu peito, a raiva e angústia davam lugar pra um sentimento que interpretava as atitudes e como conclusão encontrava o desprezo existente. Aí sim, ela se sentindo pior que o nada, por mais que soubesse que não era. Será que era mesmo isso que estava acontecendo? Era o descaso, o desprezo mais uma vez? Quando terminou de lavar a alma, saiu do banheiro, de toalha mesmo, com o corpo ainda úmido, e foi até a varanda acompanhada da fiel companhia que tinha, o seu cigarro. Dessa vez a reflexão aconteceu olhando o trânsito totalmente parado, com um cigarro atrás do outro e chorando sem parar, com suas lágrimas escorrendo até o parapeito da janela.

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