segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Vivendo
Deitados ali naquele colchão de solteiro que costumava ficar no chão e o qual eles dividiam a um tempo,após cada beijo, as palavras pareciam saltar de sua boca, pois saiam precipitadas. Costumavam também ficar deitados um de frente para o outro admirando as expressões de ternura que faziam, sem se quer perceber, e de repente os olhos ficavam fixados por um tempo e parecia que o mundo em volta havia ficado mudo. Quando voltava do transe Renata mesmo olhando em volta, sentia como se o resto do mundo não estivesse ali.
A bagunça que ela encontrava no quarto, já parecia fazer parte dela, Renata nem ligava mais pra isso. Tais coisas pareciam besteiras diante daquilo que estava vivendo. O cheiro do quarto era algo que ela não havia apenas se acostumado, como também havia passado a gostar, já que parecia uma mistura do seu cheiro com o de Manoel. Ela sempre reparava que as coisa que ela espalhava pelo quarto continuavam, até a próxima vez em que ela fosse pra lá, no mesmo lugar, como o copo com água que sempre deixava sobre a cadeira que ficava ao lado da cama e na semana seguinte ele estava no mesmo lugar. Parecia que aquele quarto só tinha alegria, só tinha vida, quando os dois estavam juntos dentro dele.
Renata era sempre doce e dizia meiguices à Manoel, era doce a todos os momentos, devido a sua carência e o sentimento que preenchia o espaço vazio que costumava existir. Ria com todo o coração das brincadeiras e das cocegas. No fundo gostava até das discussões, que aconteciam dentro daquele quarto, por besteira. Bem no fundo, até as coisas que eram feitas com o propósito de irrita-la chegavam a agradá-la um pouco. Parecia que todas as situações, nas quais os dois corpos estivessem envolvidos na mesma coisa, fazia com que ela estivesse bem. Parecia que ela havia ressurgido como uma outra pessoa, no mesmo corpo, que agora vive e dá oportunidade pro real.
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